A IMPORTÂNCIA DAS CIÊNCIAS DA RELIGIÃO NO COTIDIANO

No nosso blog falamos de tudo o que é  interesse do leitor ou espectador, hoje falaremos sobre as Ciências da Religião como curso universitário.

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A corrida para as graduações e pós-graduações é imensa, principalmente na direção dos cursos historicamente mais procurados os cursos da faculdade de Engenharia, Medicina, Direito, Educação, empresariais entre outros. Alguns fazem sua escolha visando o retorno financeiro futuro, outros privilegiam a área de afinidade, sem essa preocupação.  No campo religioso existem escolas de Teologia de essência pastoral.  Mas faz algum tempo que vem crescendo o interesse por um curso que é muito interessante e que deveria ser melhor explorado, as Ciências da Religião. É um curso que não trata de uma religião ou teologia específica, mas essencialmente do que há de científico, filosófico, antropológico, histórico, sociológico, psicológico , entre outros, por trás do fenômeno religioso.

Daí vem a pergunta: Onde está a importância disso?  Ao que respondo dizendo que, querendo ou não, as religiões influenciam a vida do indivíduo e da coletividade com muito mais poder do que se pode imaginar. As religiões trazem no seu bojo a defesa de valores, a partir de determinado ponto de vista de um sagrado que envolve o campo concreto perseguindo o campo divino, fazendo uma simbiose entre um e outro.

Nessa linha é possível observar que o conjunto doutrinário de cada religião faz norma para seus seguidores, que positiva ou negativamente a replicam no mundo de relações.  O fiel religioso não o é somente dentro do seu templo, ele normalmente transporta para o mundo real o seu templo de valores que se manifesta no dia a dia.  Sem que se perceba esses valores e normas são introjetados na mente do indivíduo que passa a experimentar o mundo a partir daquele olhar.

Não se trata de fazer um juízo de valor, bom ou ruim, é apenas uma exposição.  A relação familiar, social, comercial, profissional, política e por consequência econômica está aí motivada, embalada, fundada nos valores internos da pessoa. Se a religião como instituição, as crenças, a religiosidade como sentimento ali se encontram, obviamente vão refletir para além do indivíduo.

E onde entra o direito nisso? Ora, é muito simples, um legislador ao propor um projeto de lei, abstrata ou concretamente coloca ali parte do que entende como certo e bom para si e que quer transferir para o coletivo. Por sua vez ao tentar convencer os demais legisladores de suas razões e da necessidade de aprovação, contará em primeiro lugar com aqueles que comungam tal pensamento e modo de ver, daí o peso das “bancadas”. Após aprovada e não recebendo vetos, aquilo se torna lei que afetará diretamente a coletividade  que está fora do  grupo de fiéis.

Grupo do vetor dos povos dos políticos

Discussões judiciais de questão que envolvam tal lei serão pautadas nela.  Os julgadores levarão em conta o que entendem como certo e errado na análise de fatos, lei e julgados anteriores, para fazer o seu juízo de valor.  Fica fácil entender quando observamos autoridades do Executivo tomando decisões dentro de uma ideologia religiosa específica, bem como no Legislativo grupos religiosos, fazendo norma para todos a partir sua visão de mundo. Daí a importância de entender, mesmo que minimamente, o todo que envolve os sistemas de crenças e a religiosidade de um ou de vários povos, na busca de soluções plurais para os problemas do mundo e do indivíduo. Como se vê é um tema importante que alcança a todos, religiosos ou não e as as diversas áreas do saber.

Em Minas Gerais existem algumas escolas ministrando o curso seja na graduação ou pós-graduação, com destaque para PUC Minas e a Universidade Federal de Juiz de Fora.

Rosane Ferreira- Advogada e Mestre em Ciências da Religião.

crédito de imagem- https://st3.depositphotos.com/1010550/16324/i/450/depositphotos_163245510 e https://pt.dreamstime.com/ilustraADticos-image79491668

Escrito por: Rosane Alves Ferreira

Advogada graduada pela PUC/Minas em 1993, pós-graduada em Direito Público pelo I. Newton de Paiva e Mestre em Ciência da Religião pela PUC/Minas. Ex-membro do IBDFAM. Advogada, Professora, Palestrante. Participou de várias palestras e aulas na UNA/Contagem, FAMINAS, PUC/BH. São quase 30 anos de experiência, trabalhando na advocacia cível em Direito de Família, Sucessões e Direito do Consumidor. Atuou como colunista semanal do Jornal da Alterosa 1ª Edição, na TV Alterosa/SBT entre 2001 e 2011 (10 anos ininterruptos). Foi responsável pelo Blog Direito em Pauta/Dzaí – Portal Estado de Minas, bem como pelo Blog Direito Simples Assim/Portal Uai – Estado de Minas até julho/22. Mediadora credenciada extrajudicial e judicial.

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